O glaucoma de pressão normal é uma neuropatia óptica caracterizada pela diminuição da camada de fibras nervosas e defeito de campo visual correspondente. Porém, não há evidência de aumento da pressão intraocular além dos limites estáticos da normalidade.
Além disso, é caracterizado por:
- pressão intraocular consistentemente igual ou menor que 21 mmHg;
- sinais de lesão ao nervo óptico em um padrão caracteristicamente glaucomatoso;
- seio camerular aberto;
- perda de campo visual;
- nenhuma característica de glaucoma secundário ou de outra neuropatia.
Por fim, existe uma controvérsia sobre a natureza da doença: se seria uma variante do glaucoma primário de ângulo aberto ou uma entidade distinta.
Os fatores de risco associados são:
- idade acima de 60 anos;
- sexo feminino;
- histórico familiar;
- vaso-regulação anormal (especialmente enxaqueca e fenômeno de Raynaud);
- hipotensão noturna;
- síndrome de apneia obstrutiva do sono.
Vários mecanismos foram sugeridos na etiologia da doença, entre eles anomalias da função vascular local e sistêmica, anormalidades estruturais do nervo óptico e doença autoimune.
O manejo do glaucoma de pressão normal constitui um desafio ao oftalmologista, uma vez que os sinais clínicos oculares são identificados geralmente em estágios mais avançados e o tratamento apresenta mais dificuldades que as existentes nos glaucomas hipertensivos.
Diagnóstico
- Uma vez que o diagnóstico é de exclusão, outras investigações devem ser consideradas, como:
- avaliar fatores de risco vascular sistêmico;
- monitorar a pressão sanguínea por 24 horas (a fim de excluir hipotensão sistêmica noturna);
- realizar exames de sangue para outras causas de neuropatia óptica não glaucomatosa e avaliação de artérias carótidas.
Tratamento
O tratamento se baseia em reduzir ainda mais a pressão intraocular, para diminuir a progressão da doença, por meio do uso de colírios hipotensores, trabeculoplastia a laser e cirurgia antiglaucomatosa.