{"id":14981,"date":"2019-12-03T14:22:09","date_gmt":"2019-12-03T17:22:09","guid":{"rendered":"https:\/\/advisionclinica.com.br\/?p=14981"},"modified":"2021-11-30T11:14:15","modified_gmt":"2021-11-30T14:14:15","slug":"uveite-intermediaria","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/advisionclinica.com.br\/uveite-intermediaria\/","title":{"rendered":"Uve\u00edte intermedi\u00e1ria"},"content":{"rendered":"

\"Dra.<\/a><\/p>\n

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A uve\u00edte intermedi\u00e1ria \u00e9 uma inflama\u00e7\u00e3o intra-ocular cr\u00f4nica, recidivante, de in\u00edcio insidioso, que afeta predominantemente o v\u00edtreo e a parte perif\u00e9rica da retina. Compromete crian\u00e7as e adultos entre 15-40 anos, e responde por cerca de 20 % do total de todas as uve\u00edtes pedi\u00e1tricas.<\/p>\n

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Quadro cl\u00ednico<\/strong><\/h2>\n
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A doen\u00e7a \u00e9 rara e, na maioria dos casos (70%), n\u00e3o apresenta uma causa aparente ou associa\u00e7\u00e3o com doen\u00e7a sist\u00eamica. Quando isso acontece, e ao exame observamos a presen\u00e7a de duas altera\u00e7\u00f5es conhecidas como snowballs e snowbank, a uve\u00edte intermedi\u00e1ria recebe o nome de Pars planite<\/em>.<\/p>\n

No restante dos casos, a uve\u00edte intermedi\u00e1ria pode se associar a causas infecciosas tais como: Tuberculose, S\u00edfilis, Lepra, Doen\u00e7a de Lyme, Toxocar\u00edase e causas n\u00e3o infecciosas, como Sarcoidose, S\u00edndrome de Blau, Esclerose m\u00faltipla, Doen\u00e7a inflamat\u00f3ria intestinal, Sjogren, S\u00edndrome TINU (Nefrite t\u00fabulo intersticial e uve\u00edte), e Linfoma. Ambos os sexos s\u00e3o afetados com igual frequ\u00eancia.<\/p>\n

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Sintomas<\/strong><\/h2>\n
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O quadro de uve\u00edte intermedi\u00e1ria \u00e9, geralmente, bilateral, mas pode ser assim\u00e9trico e come\u00e7a de maneira insidiosa com piora visual, moscas volantes, metamorfopsias (distor\u00e7\u00e3o das imagens) e fotofobia (maior sensibilidade a luz).<\/p>\n

Os olhos s\u00e3o calmos ou discretamente vermelhos, com presen\u00e7a de inflama\u00e7\u00e3o leve na parte da frente. Podem estar presentes catarata e glaucoma. A vitre\u00edte \u00e9 observada pelo oftalmologista em 100% dos casos e \u00e9 a causa das \u201cmoscas volantes\u201d.<\/p>\n

Outros sinais s\u00e3o: snowballs<\/em>, snowbank<\/em>, inflama\u00e7\u00e3o dos vasos da retina e o edema macular, que \u00e9 o grande respons\u00e1vel pela piora da vis\u00e3o.<\/p>\n

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Diagn\u00f3stico da uve\u00edte intermedi\u00e1ria<\/strong><\/h2>\n
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O diagn\u00f3stico \u00e9 essencialmente cl\u00ednico por meio do exame oftalmol\u00f3gico e de uma boa anamnese. Exames de Ecografia ocular, OCT, Retinografia simples e fluorescente, e Biomicroscopia ultrass\u00f4nica, frequentemente s\u00e3o necess\u00e1rios para auxiliar no diagn\u00f3stico. Casos de dif\u00edcil diagn\u00f3stico ou suspeita de Linfoma podem exigir bi\u00f3psia v\u00edtrea.<\/p>\n

Em todos os casos, solicitamos avalia\u00e7\u00e3o laboratorial extensa (exames de sangue, urina), PPD, Rx e Tc de t\u00f3rax, assim como RNM de enc\u00e9falo, para afastarmos a possibilidade de doen\u00e7a sist\u00eamica.<\/p>\n

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Tratamento da uve\u00edte intermedi\u00e1ria<\/strong><\/h2>\n
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O crit\u00e9rio para definir o tratamento das uve\u00edtes intermedi\u00e1rias \u00e9 a vis\u00e3o do paciente e a maioria dos trabalhos definem que o tratamento deve ser iniciado se a vis\u00e3o for pior ou igual a 20\/40.<\/p>\n

A principal medica\u00e7\u00e3o utilizada para o tratamento \u00e9 a corticoterapia, seja ela na forma de inje\u00e7\u00e3o peri-ocular, intra-ocular ou uso oral por tempo prolongado. O uso de col\u00edrios a base de corticoster\u00f3ides e dilatadores de pupila frequentemente s\u00e3o necess\u00e1rios.<\/p>\n

O que define a forma como o corticoster\u00f3ide vai ser utilizado \u00e9 a gravidade da doen\u00e7a, e se ela \u00e9 uni ou bilateral. Em casos de menor gravidade e unilaterais, prefere-se o tratamento local com inje\u00e7\u00e3o periocular de corticosteroide no olho comprometido.<\/p>\n

Nos casos graves, bilaterais e associados a doen\u00e7as sist\u00eamicas n\u00e3o infecciosas, o corticoster\u00f3ide oral \u00e9 fundamental para controlar a doen\u00e7a.<\/p>\n

Um grande n\u00famero de pacientes pode precisar de medicamentos imunossupressores por tempo prolongado, principalmente em caso de uve\u00edtes cr\u00f4nicas e persistentes, falha terap\u00eautica com o uso dos corticoster\u00f3ide e efeitos colaterais pelo uso dos mesmos.<\/p>\n

Complica\u00e7\u00f5es como edema macular cr\u00f4nico, catarata, glaucoma e descolamento de retina costumam ocorrer e podem ser necess\u00e1rios procedimentos cir\u00fargicos para tratar tais complica\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

O progn\u00f3stico da doen\u00e7a \u00e9 vari\u00e1vel. Muitos casos apresentam quadros prolongados e v\u00e1rios per\u00edodos de exacerba\u00e7\u00e3o. Crian\u00e7as t\u00eam pior progn\u00f3stico se comparadas com adultos e mais chance de complicar.<\/p>\n

Diante de tudo isso, \u00e9 essencial a r\u00e1pida identifica\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a para podermos iniciar o tratamento o mais rapidamente poss\u00edvel e controlar a inflama\u00e7\u00e3o.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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