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Cirurgia de catarata: tudo que você precisa saber

Cirurgia de catarata: tudo que você precisa saber

Dra. Adriana Bonfioli assinatura

A catarata ocorre quando o cristalino, lente natural do olho, perde sua transparência. Sua principal causa é o envelhecimento, ou seja, mais dia menos dia irá acontecer com todo mundo!

No início, ela não incomoda e nem é percebida pelo paciente. Porém, em um determinado ponto, a opacidade começa a prejudicar a visão. Fica mais difícil ler em ambientes escuros e dirigir à noite. As cores ficam mais apagadas e os contrastes menos perceptíveis. Algumas pessoas relatam visão dupla e a ocorrência de tropeções e quedas também aumenta.

Durante a consulta, o oftalmologista detecta a baixa de visão e observa a presença da opacidade do cristalino. Pronto! O diagnóstico de catarata está feito e começam-se as dúvidas.

Será que já está na hora de operar?

O momento certo de operar a catarata depende de vários fatores:

  • A catarata está prejudicando a visão do paciente?
  • A catarata está interferindo nas atividades cotidianas, no trabalho e na qualidade de vida do paciente?
  • O quadro é inicial, ou a catarata já está densa (madura)?
  • A catarata está elevando a pressão do olho? Em pacientes com glaucoma a cirurgia pode ajudar a controlar a pressão ocular.
  • O exame do fundo do olho está sendo dificultado pela catarata? O paciente tem doenças como degeneração macular e retinopatia diabética, em que o exame periódico do fundo de olho é fundamental?

Se a catarata é inicial, muitas vezes é possível ajustar o grau dos óculos e aguardar algum tempo antes de operar. Isso depende muito das particularidades de cada um e deve ser decidido junto com o especialista.

A cirurgia de catarata é realizada sob anestesia local e sedação leve. Não há necessidade de internação e o paciente pode retornar para a sua casa algumas horas após a cirurgia.

A técnica utilizada atualmente é a facoemulsificação e estes são os passos do procedimento:

  • Incisão na córnea: utilizando um bisturi especial, o cirurgião faz uma abertura na córnea de mais ou menos 2 mm, por onde introduz os instrumentais utilizados na cirurgia.
  • Capsulorrexe: abertura da cápsula do cristalino para acessar a catarata.
  • Facoemulsificação: usando um equipamento especial, o cirurgião quebra a catarata em pedaços menores e os aspira.
  • Implante da lente: a lente intraocular é implantada dentro da cápsula para maior estabilidade e precisão nos resultados.

Não é necessário suturar a incisão, devido ao seu tamanho pequeno. Um curativo é colocado no olho operado para protegê-lo nas primeiras horas após a cirurgia.

Existe cirurgia de catarata a laser?

Não existe técnica de cirurgia de catarata totalmente à laser. O que temos atualmente é o femtosegundo, um laser utilizado para realizar alguns passos da cirurgia: a incisão corneana, a abertura da cápsula do cristalino (capsulorrexe) e a fragmentação inicial do núcleo. Além disso, o laser pode ser utilizado durante o procedimento para corrigir astigmatismo através de pequenas incisões adicionais na córnea, em locais específicos.

Mesmo com a utilização do laser femtosegundo, as outras etapas da cirurgia são realizadas através da facoemulsificação convencional. Com o laser consegue-se maior uniformidade nas incisões, porém, em relação ao resultado final, não há diferenças na taxa de sucesso da cirurgia com e sem o laser.

Qual a melhor lente intraocular?

Existem muitos tipos de lentes no mercado e a escolha depende do perfil do paciente. Atualmente, as lentes mais utilizadas são de acrílico e dobráveis, para passar através da pequena incisão corneana.

A principal diferença entre as lentes intraoculares, que gera muitas dúvidas nos pacientes, é a capacidade de correção dos diferentes tipos de “graus”: miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.

Lentes convencionais

As lentes convencionais conseguem corrigir apenas a miopia, a hipermetropia e astigmatismos baixos. Após a cirurgia, o mais comum é que não sejam necessários óculos para longe. Porém, a maioria dos pacientes irá precisar de correção para leitura.

No caso de pacientes com astigmatismo acima de 1,00 grau, provavelmente serão prescritos óculos multifocais no pós operatório.

Lentes “Premium”

Atualmente, existem várias lentes de tecnologia bastante avançada, desenvolvidas para corrigir os astigmatismos maiores e até a presbiopia (vista cansada). Elas são chamadas de lentes Premium.

As mais utilizadas são:

  • Lentes tóricas: um paciente portador de astigmatismo acima de 1,00 “grau” e que não deseja usar óculos para longe após a cirurgia pode optar por uma lente intraocular tórica. Neste caso, ele posteriormente irá necessitar apenas de óculos para leitura.
  • Lentes multifocais e tóricas multifocais:têm o objetivo de corrigir o grau de longe, incluindo astigmatismo, e o de perto, possibilitando que o paciente não use mais óculos após a cirurgia. Existem vários tipos de lentes multifocais e sua escolha depende da experiência do cirurgião e do perfil do paciente.

É importante lembrar que o grau das lentes intraoculares é calculado com base nos exames pré-operatórios e em cálculos matemáticos. O resultado final pode não ser exato, pois está sujeito a variações individuais, como a cicatrização.

Como é o pós-operatório?

Nos dias que se seguem à cirurgia, é importante observar um repouso relativo e evitar situações em que o risco de trauma e/ou contaminação é maior.

Alguns cuidados importantes:

  • O olho operado é ocluído após a cirurgia e o paciente é instruído sobre o horário de retirar o curativo e iniciar os colírios prescritos;
  • lavar as mãos antes de tocar no curativo ou pingar os colírios;
  • a concha plástica protetora deve ser utilizada o tempo todo durante 3 dias e, depois, apenas para dormir por mais 3 dias;
  • não esfregar o olho operado;
  • usar óculos escuros ao sair de casa;
  • evitar esportes e sauna durante duas semanas;
  • evitar piscina por um mês.

Quais as chances de recuperação da visão?

A cirurgia de catarata tem excelentes resultados, quando realizada por um cirurgião experiente. Na literatura são descritas taxas de sucesso em torno de 98%.

Geralmente, a visão já está muito mais nítida no dia seguinte à cirurgia, e melhora progressivamente no período que se segue.

Pacientes com outros problemas oculares que também causam perda visual, como a retinopatia diabética, degeneração macular ou o glaucoma, podem obter uma melhora apenas parcial da visão.

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