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Estrabismo infantil: esotropia não acomodativa

Estrabismo infantil: esotropia não acomodativa

Dra. Carolina Paes assinatura

A esotropia infantil não acomodativa, ou esotropia essencial, pode se manifestar durante toda a infância. Porém, o surgimento é mais frequente nos primeiros 3 anos de vida.

Quadro clínico

Suas principais características são desvios convergentes de tamanho médio a grande, semelhante em todas as posições do olhar, não relacionado a erros refrativos ou necessidade de uso de óculos.

O início normalmente é súbito. Muitos pais notam que a criança passa a desviar os olhos após algum tipo de trauma físico ou psicológico.

A esotropia infantil não acomodativa é uma condição extremamente ambliopizante, isto é, pode levar à baixa visual severa do olho desviado, além de estigmas psicológicos e sociais.

Causas e fatores de risco

Geralmente, é uma condição que não vem acompanhada de outras doenças e tem elevada incidência na família.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, realizado pelo oftalmologista especializado no consultório, não sendo necessário exames de imagem como tomografia ou ressonância.

Tratamento da esotropia infantil não acomodativa

Tampão ocular

O tratamento inicial visa a preservação da visão. Logo, é prescrito um tampão ocular com o objetivo de estimular o olho que está desviado. Funciona assim: oclui-se o olho que fica alinhado, a fim de exercitar a visão do olho que está “torto”.

Este tipo de tratamento deve ser o mais precoce possível. Afinal, a ambliopia (condição em que o estímulo visual ineficiente a um dos olhos leva ao não desenvolvimento da visão) somente é tratável nos primeiros anos de vida da criança. Além disso, uma baixa visão decorrente do estrabismo, depois de instaurada, não é mais revertida na adolescência, ou vida adulta.

No entanto, o uso de oclusão não corrige o ângulo do estrabismo. A correção deste desvio e o alinhamento dos olhos é feito por meio de cirurgia nos músculos extraoculares.

Cirurgia

O planejamento cirúrgico é individualizado e depende do tamanho do estrabismo, e se a criança possui algum tipo de preferência entre os olhos, para definir se irá ser operado um, ou os dois olhos. A cirurgia deverá ser feita por volta dos 5 anos de idade, e apenas após o tratamento adequado da ambliopia.

Indivíduos que não receberam tratamento cirúrgico na infância podem ser operados na vida adulta. A cirurgia no adulto visa estabelecer o alinhamento ocular, com ganho estético, mas não trata a ambliopia.

Complicações

Quando não tratada precocemente, a esotropia infantil não acomodativa pode levar à ambliopia, além de traumas psicológicos devido à inestética gerada pelo olho estrábico.

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